Mosquitos e doenças: estudos avançam em conhecimento
abr 11, 2017

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O grande hit do último verão foi o maior surto de febre amarela das últimas décadas no país. O total de casos e de óbitos ainda será consolidado, mas é a primeira vez desde que se iniciou a série atual de registro em 1980 que se entra na casa de três dígitos de pessoas com febre amarela no país. As causas estão sendo estudadas, mas parece claro que houve uma falha de vacinação especialmente nas cidades mineiras e do Espírito Santo, conforme o próprio Ministério da Saúde relata em seu “Informe Especial Febre Amarela no Brasil”.

Mesmo depois do fim do Estado de Emergência em Saúde Pública Internacional, em novembro do ano passado, pesquisas sobre a febre zika têm revelado novos truques do vírus causador da doença. Depois de confirmado como causa de microcefalia e outras más-formações em recém-nascidos; pesquisadores descobriram que o vírus pode afetar os testículos, ao menos em camundongos, causando uma redução de tamanho em até 90%. O dano ao órgão produtor de espermatozóides foi relatado em dois estudos independentes, ambos publicados em dezembro passado. Um realizado por pesquisadores americanos e publicado na revista Nature; outro na revista Cell foi conduzido por cientistas chineses.

E uma pesquisa publicada na última semana de março deste ano na Science ajuda a explicar porque os estragos do vírus zika no Brasil parecem ser mais graves. Os autores do estudo relatam que camundongos que recebem plasma de camundongos convalescentes de infecções de vírus da dengue ou da febre do Nilo Ocidental apresentam quadros mais graves quando são infectados pelo vírus zika do que aqueles que não recebem o plasma. Os altos níveis de casos de dengue no Brasil pode levar a essa reação cruzada agravando os casos de febre de zika.

Genoma dos mosquitos

Entre as boas notícias na área, foi finalmente completado o genoma do Aedes aegypti, o principal transmissor da dengue, da zika e chicungunha no Brasil – e que pode transmitir a febre amarela no ciclo urbano. Uma versão inicial havia sido publicada em 2007. Se o feito ajudará ou não no combate ao inseto ou à sua capacidade de transmitir tantos agentes infecciosos, só pesquisas futuras dirão.

Matéria de Roberto Takata, locução de Caio Lang.

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