#63 Bastos Tigre: O Quase Moderno
out 25, 2018

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Hoje praticamente esquecido, Manuel Bastos Tigre (1882-1957) não foi só um dos pioneiros da publicidade no Brasil, foi uma das suas primeiras estrelas. O escritor pernambucano foi responsável pela criação de slogans que se tornaram famosos no mundo todo como “Se é Bayer é bom” – campanha traduzida para várias línguas e ainda hoje utilizada pela fabricante alemã de remédios.

 Tigre foi um artista multimídia antes mesmo de o termo ter sido inventado. Levou à cena 24 textos teatrais, publicou mais de trinta livros de poesia – a maioria humorísticos –, além de ser figurinha carimbada como cronistas de diversos jornais e revistas ilustradas. Sempre atento às novidades, o literato refletia em seu trabalho o período de mudanças que o Rio de Janeiro enfrentou durante a reforma urbana conhecida como “Bota Abaixo”, que modernizaram a então capital federal no início do século XX.

 Mas para os homens de letras da época, atuar na publicidade era uma alternativa tão tentadora quanto controversa. Mesmo sendo frequentador assíduo das rodas intelectuais e boêmias do Rio de Janeiro durante o período da “Belle Époque”, Tigre não foi poupado por seus colegas por ter feito um trabalho mais comercial. Mas apesar de ter sido renegado, o escritor ajudou a dar forma ao que conhecemos por Movimento Modernista.

 Nesta edição, conversamos com o historiador Marcelo Balaban, autor do livro “Estilo Moderno: Humor, Literatura e Publicidade em Bastos Tigre”, publicado pela Editora da Unicamp. O programa foi produzido e apresentado por Leonardo Fernandes com a colaboração de Sophia La Banca, Bruno Moraes e Gustavo Campos, além de contar com a coordenação geral da Simone Pallone do Labjor e os trabalhos técnicos de Octávio Augusto e Douglas Vasquez da Rádio Unicamp. Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para oxigenionoticias@gmail.com.

 

Créditos:

Imagens – Montagem com as fotos:

Caricatura de Bastos Tigre com pequena notícia sobre o autor publicada na revista “Tagarela” de 1902

Desenho de J.Carlos publicado na revista “Careta”, 8 mar. 1913.

Caricatura da dança do maxixe publicada na revista “Kósmos”, maio 1906.

Músicas, por ordem de execução:

“Chopp em garrafa” (Ary Barroso e Bastos Tigre). Intérprete: Orlando Silva. Cia. Cervejaria Brahma, 1935. Domínio público.

“The Entertainer”, de Scott Joplin, 1902. Ragtime Dorian Henry. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fPmruHc4S9Q. Domínio público.

“O Vatapá”, (s.a.). Intérpretes: Mário Pinheiro e Pepa Delgado. Columbia, 1908-1912. Domínio público.

“A febre amarela” (s.a.). Intérprete: Geraldo Magalhães. Casas Edson, s.d. Domínio público.

“A conquista do ar”. Intérprete: Baiano. Casa Edson, s.d. Domínio público.

“Cabeça de porco” (Anacleto de Medeiros). Intérprete: Banda do Corpo de Bombeiros. Odeon, 1904-1907. Domínio público.

Todos os efeitos sonoros pertencem à bbcsfx.acropolis.org.uk (© copyright BBC) e foram disponibilizados para reprodução com fins educativos sob a licença RemArc.

 

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