Escrita é incentivada em jogo produzido na FEUSP
maio 9, 2017

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Entender textos simples é uma dificuldade vivida por diversos pessoas, que sabem ler e escrever, mas não não compreendem o que é dito. Com isso em mente, a pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), Silvia Colello, idealizou um jogo para estimular a prática da escrita.

O jogo chamado de “Escola: dá pra encarar?” contou com a participação de crianças de 6 a 10 anos da ONG Instituto Franco Vive, de São Paulo (SP).

De acordo com a professora, crianças de classes sociais mais privilegiadas têm pais que contam histórias e que usam a língua escrita e possuem livros em casa, as crianças da ONG não tem esse acesso.

Foi aí que veio a ideia de montar a pesquisa para descobrir uma maneira de fazer com que essas crianças se envolvessem mais no aprendizado da escrita.

Em formato de tabuleiro, os estudantes só conseguem chegar ao final – e vencer o jogo – após resolver problemas relacionados à escola. Para a idealizadora, esse tipo de atividade desperta nos alunos o senso de responsabilidade e a vontade de aprender.

A pesquisadora ressalta que não podemos subestimar as crianças, apesar de muitas delas terem uma relação ruim com o conhecimento e com a escola. Ao trazer problemas pelo quais muitas delas passam, foi quando a experiência se intensificou.

Um dos exemplos era quanto a uma inundação na escola. Os estudantes tiveram que pensar no que poderia ser feito para resolver a situação.

Com isso, ao longo do trajeto do tabuleiro, eles vão acumulando ou repassando dificuldades e ao final, é visto o saldo de problemas restantes; a partir deles os alunos produzem textos explicando como poderiam resolvê-los.

No início do projeto, Silvia diz que os estudantes ficavam arredios e olhando de longe. No segundo momento do jogo as coisas já mudavam. Aqueles que antes não queriam participar, começaram a sugerir algumas pequenas ideias. O terceiro momento é o da tomada de atitude, com os alunos impondo seus pensamentos e suas ideias.

A pesquisadora afirma que a conclusão óbvia a que chegou foi que, sim, as crianças da periferia estão atrasadas. A conclusão não óbvia é que, pelo pouco que se faz, elas reagem muito. E Isso põe abaixo a ideia de que as crianças são apáticas, e que não querem se envolver na aprendizagem.

A ideia, segundo ela, é que a escola deve provocar a criança com suas atividades, para elas saírem dessa condição de marasmo e se tornarem mais protagonistas do seu conhecimento.

Matéria de Juan Mattheus.

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