“Vou sair pra ver o céu. Vou me perder entre as estrelas. Ver daonde nasce o sol, como se guiam os cometas pelo espaço E os meus passos, nunca mais serão iguais…”
O fascínio pelo espaço e seus mistérios não está somente entre artistas e cientistas que se inspiram para inovar, mas também no imaginário das pessoas, afinal, quem nunca parou para olhar o céu limpo à noite? Mesmo em cidades grandes, com excesso de poluição luminosa, a sensação de ter o universo mais próximo é possível com os planetários, que são espaços importantes de educação e divulgação científica.
Os planetários são projetores de estrelas que simulam o céu em tetos arredondados. O primeiro foi criado em 1923 na Alemanha com 16 metros de diâmetro, isso após 10 anos de pesquisa. O encanto das pessoas foi tão grande que até o início da II Guerra Mundial já existiam 25 planetários no mundo. Hoje nós temos cerca de 3.400, sendo o maior em Nagoya, no Japão.
O Nagoya City Science Museum foi inaugurado em 1962 e nele está o planetário que desde o início cativou a plateia. Até agosto de 2010, quando foi fechado para reformas, mais de 150 mil pessoas visitaram a cúpula. Ao reabrir em 2011 se ele se tornou o maior do mundo, como explica o astrofísico e curador do planetário de Nagoya, Manabu Noda:
Noda – “Nós queríamos reproduzir a escala do céu o mais fiel possível, porque quando a cúpula do planetário é pequena, o Triângulo de Verão [visível no hemisfério norte] também fica pequeno. Queríamos que os visitantes procurassem as estrelas no planetário como se fosse o céu de verdade. Para realizar isso se tornou maior do mundo, sem querer”.
O antigo planetário tinha uma cúpula de 20 metros de diâmetro. A atual tem 35 metros e atende até 350 pessoas por sessão. Outra novidade da reforma é que as produções audiovisuais conseguem trazer mais emoção para o público. Noda conta que quando eles exibem um vídeo sobre Saturno, por exemplo, as pessoas se sentem dentro do anel do planeta!
Noda – “Outro ponto positivo é que um curador profissional do planetário explica ao vivo sobre as projeções. Tudo em japonês, infelizmente. E a cada dia temos um assunto específico sendo discutido, por exemplo, hoje vamos conseguir ver a Estação Especial do Universo que passa por aqui. Acho que isso é a razão para muitas pessoas nos visitarem”.
O planetário de Nagoya tem 6 sessões de visitas por dia. Elas são divididas entre projeções para o público geral, famílias nos finais de semana e grupos escolares. Noda explica que no Japão as crianças têm as aulas sobre a lua e demais corpos celestes na quarta e sexta série do ensino fundamental, por isso, há programas específicos para os alunos dessas séries entenderem os movimentos no planetário.
O planetário também é projetado de forma acessível para cadeirantes, deficientes visuais e pais com bebês. Caso você vá para o Japão, marque o museu de Nagoya no seu roteiro! Além de manter o maior planetário do mundo, o museu foi construído sob um jardim suspenso e conta com exposições de ciência muito interessantes. Algumas delas são: um simulador de descargas elétricas, o simulador de um tornado artificial de nove metros de altura, um laboratório Ártico com temperatura de 30 graus Celsius negativos e muito mais.
Nagoya City Science Museum (Em inglês).
Matéria de Kátia Kishi e Nahoko Kawai.
Locução Nahoko Kawai.