O maior planetário do mundo! Conheça a história do Planetário de Nagoya, no Japão
jun 12, 2016

Compartilhar

Assine o Oxigênio

“Vou sair pra ver o céu. Vou me perder entre as estrelas. Ver daonde nasce o sol, como se guiam os cometas pelo espaço E os meus passos, nunca mais serão iguais…”

O fascínio pelo espaço e seus mistérios não está somente entre artistas e cientistas que se inspiram para inovar, mas também no imaginário das pessoas, afinal, quem nunca parou para olhar o céu limpo à noite? Mesmo em cidades grandes, com excesso de poluição luminosa, a sensação de ter o universo mais próximo é possível com os planetários, que são espaços importantes de educação e divulgação científica.

Os planetários são projetores de estrelas que simulam o céu em tetos arredondados. O primeiro foi criado em 1923 na Alemanha com 16 metros de diâmetro, isso após 10 anos de pesquisa. O encanto das pessoas foi tão grande que até o início da II Guerra Mundial já existiam 25 planetários no mundo. Hoje nós temos cerca de 3.400, sendo o maior em Nagoya, no Japão.

O Nagoya City Science Museum foi inaugurado em 1962 e nele está o planetário que desde o início cativou a plateia. Até agosto de 2010, quando foi fechado para reformas, mais de 150 mil pessoas visitaram a cúpula. Ao reabrir em 2011 se ele se tornou o maior do mundo, como explica o astrofísico e curador do planetário de Nagoya, Manabu Noda:

Noda – “Nós queríamos reproduzir a escala do céu o mais fiel possível, porque quando a cúpula do planetário é pequena, o Triângulo de Verão [visível no hemisfério norte] também fica pequeno. Queríamos que os visitantes procurassem as estrelas no planetário como se fosse o céu de verdade. Para realizar isso se tornou maior do mundo, sem querer”.

O antigo planetário tinha uma cúpula de 20 metros de diâmetro. A atual tem 35 metros e atende até 350 pessoas por sessão. Outra novidade da reforma é que as produções audiovisuais conseguem trazer mais emoção para o público. Noda conta que quando eles exibem um vídeo sobre Saturno, por exemplo, as pessoas se sentem dentro do anel do planeta!

Noda – “Outro ponto positivo é que um curador profissional do planetário explica ao vivo sobre as projeções. Tudo em japonês, infelizmente. E a cada dia temos um assunto específico sendo discutido, por exemplo, hoje vamos conseguir ver a Estação Especial do Universo que passa por aqui. Acho que isso é a razão para muitas pessoas nos visitarem”.

O planetário de Nagoya tem 6 sessões de visitas por dia. Elas são divididas entre projeções para o público geral, famílias nos finais de semana e grupos escolares. Noda explica que no Japão as crianças têm as aulas sobre a lua e demais corpos celestes na quarta e sexta série do ensino fundamental, por isso, há programas específicos para os alunos dessas séries entenderem os movimentos no planetário.

O planetário também é projetado de forma acessível para cadeirantes, deficientes visuais e pais com bebês. Caso você vá para o Japão, marque o museu de Nagoya no seu roteiro! Além de manter o maior planetário do mundo, o museu foi construído sob um jardim suspenso e conta com exposições de ciência muito interessantes. Algumas delas são: um simulador de descargas elétricas, o simulador de um tornado artificial de nove metros de altura, um laboratório Ártico com temperatura de 30 graus Celsius negativos e muito mais.

Nagoya City Science Museum (Em inglês).

Guia do museu (Em Português).

Matéria de Kátia Kishi e Nahoko Kawai.

Locução Nahoko Kawai.

Veja também

Longa “Dunkirk” dirigido por Christopher Nolan

Longa “Dunkirk” dirigido por Christopher Nolan

“Dunkirk” é o décimo longa dirigido pelo cineasta britânico Christopher Nolan. Conhecido por explorar tensões psicológicas e mesclar elementos de realidade e irrealidade, Nolan faz uso dessas características para reconstruir um famoso evento histórico: a retirada das...

Museu francês reúne ciência e história aeroespacial

Museu francês reúne ciência e história aeroespacial

Segunda Guerra Mundial. Você pode não ter entendido nada do que esses caras disseram, mas eu acho que já deu para perceber do que se trata. Este um trechinho do vídeo exibido dentro de um dos aviões que estão expostos no Museu do Ar e do Espaço, em Paris. Nesse mesmo...

A Espiral da Morte: mudanças climáticas sob análise

A Espiral da Morte: mudanças climáticas sob análise

  “Antigamente, se perdêssemos muito gelo no verão, uma sequência de invernos frios seria capaz de repô-lo. Mas hoje não fica frio mais, então essa reposição está mais difícil. Muitas coisas conspiram para levar o gelo marinho embora. Há alguns anos eu criei essa...

Pokémons como ferramenta de divulgação científica

Pokémons como ferramenta de divulgação científica

  Há vinte anos a empresa japonesa de videogames Nintendo lançava o jogo Pokémon, em que o jogador captura criaturas com poderes especiais - os pocket monsters (monstros de bolso, em inglês) ou, abreviadamente, Pokémon - para usá-las em batalhas contra outros...