#141 – Os impactos das hidrelétricas na Amazônia
abr 8, 2022
Hidrelétricas na Amazônia

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Você sabe quais podem ser os impactos da construção de uma usina hidrelétrica na região da Amazônia? Pois é, não são poucos e para esclarecer sobre esse tema, nós conversamos com alguns especialistas que nos mostraram como essa questão envolve estudos e análises de diferentes áreas das ciências e como está relacionada com o dia a dia de todos nós e com a vida de futuras gerações. Os entrevistados deste episódio foram o Nathan Barros, que biólogo e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, a mestranda Luciana Guarreschi, do Instituto de Psicologia Clínica da USP e participante do projeto “Clínica do Cuidado” e o Marcelo Laterman, porta-voz da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace e especialista em transição energética e justiça socioambiental.

Roteiro

Juliana Stern– Em relação ao mundo, o Brasil desponta como um dos países que mais utilizam fontes de energia consideradas renováveis. A grande capacidade dos rios brasileiros para a geração de energia é um dos principais fatores. Atualmente, cerca de sessenta e três por cento da capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional são usinas hidrelétricas distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas pelo país. Em dois mil e vinte, mais de setenta por cento da energia elétrica do país veio da força hídrica. Dos cinco empreendimentos hidrelétricos com maior potência instalada do país em funcionamento, quatro se localizam na Amazônia. São as usinas de Belo Monte, Tucuruí, Jirau e Santo Antônio. Além disso, estudos da Empresa Brasileira de Energia Elétrica apontam que a Bacia do Amazonas concentra quarenta e dois por cento do potencial hidrelétrico do país, dos quais setenta por cento já foram inventariados. Apesar da existência de todo esse potencial energético, é justificável continuar investindo em hidrelétricas na região amazônica? Nesse episódio, discutiremos os impactos social, ambiental, político e econômico das usinas hidrelétricas na região.

(Áudio – Reportagens externas)

Juliana – Além da grande capacidade de geração de energia, as hidrelétricas também provêm uma série de serviços auxiliares. Os reservatórios das usinas, por exemplo, auxiliam no controle de cheias, irrigação, processamento industrial, suprimento de água para consumo humano, recreação e serviços de navegação. Mas, todos esses serviços e a energia gerada dependem de um recurso que está ficando cada vez mais escasso: a água.

(Áudio – Reportagens externas)

Patrícia Bellas – Segundo o ONS, que é o Operador Nacional do Sistema Elétrico, estamos atravessando um cenário hidrológico crítico, com as menores vazões desde 1930. Essa escassez de água é resultado, entre outros fatores, da intensificação do El Niño – fenômeno de aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e das mudanças climáticas que alteram os níveis e ciclo das chuvas no país, impactando na vazão dos rios. Segundo estudo publicado na revista científica Global Environmental Change, essas mudanças no clima podem inviabilizar a geração de energia hidrelétrica em usinas na Amazônia. A pesquisa analisou 351 hidrelétricas planejadas para a região amazônica, sendo que 60% delas são previstas para construção em território brasileiro. Com a baixa da vazão dos rios, em especial no sul da Amazônia, onde a vazão pode cair até quarenta por cento, os custos das hidrelétricas propostas podem mais que dobrar, tornando-as menos competitivas que outras fontes renováveis, como solar e eólica. Nathan Barros, professor adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora, biólogo, mestre e doutor em ecologia, explica o porquê.

Nathan Barros: Existem, basicamente, dois tipos de reservatórios na Amazônia. Existem os reservatórios de acumulação, que são aqueles reservatórios antigos, que tem uma uma barragem e um grande lago, e existem os reservatórios a fio d’ água. Até pouco tempo atrás, privilegiava-se a construção de reservatórios de acumulação, porque eles garantem água em períodos de menor nível do rio. Então, eles aumentam a segurança na produção de energia em períodos de seca. E mais recentemente, decidiu-se investir em reservatórios a fio d’ água, que é o caso dos reservatórios do Rio Madeira, o caso de Belo Monte. Esses reservatórios não geram energia pela gravidade, eles geram uma energia pelo fluxo da água, pela vazão, e por isso eles têm uma necessidade de inundar uma área bem menor do que os reservatórios de acumulação.

Patrícia: Contando com cenários futuros de cada vez mais escassez hídrica, os reservatórios a fio d’água deixarão de ser o melhor tipo de investimento quando tratamos de hidrelétricas. A solução, então, seria voltar a investir em reservatórios por acumulação?

Nathan Barros: Esses reservatórios de acumulação são terríveis em relação a emissão de gases de efeito estufa, porque eles alagam uma área muito grande. Na Amazônia, alagar uma área muito grande significa alagar uma biomassa e uma quantidade de matéria orgânica muito grande. Então, existe uma área alagada muito grande e, na maioria das vezes, uma quantidade de energia gerada muito pequena. Então o que a gente tem por exemplo, para Balbina, para Samuel, para Curuá-Una e outros reservatórios de acumulação da Amazônia, é, uma quantidade de emissão muito grande para gerar pouca energia

Camila Carvalho – Um estudo publicado na revista Science Advances por um grupo internacional de pesquisadores em junho de dois mil e vinte e um, mostrou que triplicaram as emissões de gases de efeito estufa no local em que hoje se encontra o reservatório usina hidrelétrica de Belo Monte, que é do tipo fio d’água. Hoje, a emissão equivalente fica entre quinze e cinquenta e cinco quilos de dióxido de carbono por megawatt-hora produzido. Essa quantidade ainda não é tão grande quanto as emissões de uma termelétrica, por exemplo, mas coloca em xeque o argumento de que as hidrelétricas geram energia com baixas emissões e a um custo menor do que outras fontes renováveis.

Nathan Barros: Diferente do que se, do que se prega, as hidrelétricas não são fontes limpas em relação à emissão de carbono. Elas não são fontes limpas de energia porque causam impactos ambientais, mas quando se fala de limpa em relação às emissões carbono, essa é uma outra grande mentira, as hidrelétricas emitem, muita quantidade de gás de efeito estufa, principalmente de CO2 e metano. Metano é um grande contribuidor pro efeito estufa e emite também uma parte de óxido nitroso, que também é emitido em pequenas quantidades mas tem um efeito muito maior do que o efeito do CO2 e do metano.

Camila: Não só as hidrelétricas na Amazônia se mostraram como emissoras de gases de efeito estufa ao longo dos anos, como despontaram como as que mais emitem em relação a outras hidrelétricas pelo país.

Nathan Barros: Na Amazônia existe muito carbono para ser decomposto, então existe uma disponibilidade de matéria orgânica muito grande, e existe temperatura ideal para degradação microbiana, então acaba produzindo muito CO2 e muito metano. Além disso, os reservatórios na Amazônia, aqueles antigos, eles eram sistemas mais profundos e que causavam muita anoxia, então esse é um ambiente propício para a produção de metano. E isso faz com que os reservatórios da Amazônia eles emitem, emitam mais quantidade de CO2 e de metano do que reservatórios localizados em outras partes do Brasil e em outras partes do mundo.

Camila: Porém, o potencial emissor de gases estufa pelas hidrelétricas nem sempre foi consenso entre os pesquisadores. O relatório especial sobre fontes de energias renováveis e mitigação de mudanças climáticas, lançado em 2011, pelo IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, apontava as hidrelétricas como uma possível alternativa para reduzir a emissão de gases estufa. Em 2019, foi publicado na revista Nature um comentário que afirmava que hidrelétricas poderiam auxiliar na mitigação dos impactos do aquecimento global em áreas alagadas. Essa colocação foi rebatida pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Philip Fearnside, sob o argumento que os dados de emissão para zonas temperadas são muito diferentes quando comparados com hidrelétricas na Amazônia, por exemplo. Nos últimos anos, pesquisas realizadas em ambientes tropicais auxiliaram na mudança de protocolos para estimativa de gases estufa do IPCC que, agora, incluem as emissões provenientes de áreas alagadas pela ação humana. Além disso, os países participantes do Acordo de Paris também passaram a ter que contabilizar essas emissões provenientes de hidrelétricas.

Nathan Barros: Nesse relatório de 2019, as hidrelétricas assim como todas as áreas alagadas e que foram alagadas devido à atividade humana, estão incluídas no contexto de emissões antropogênicas de gases de efeito estufa, o que que isso quer dizer? Todos os países que assinam o Acordo de Paris, eles precisam inventariar as emissões de gases de efeito estufa a cada dois anos, até pouco tempo atrás nesses inventários as emissões com reservatórios de hidrelétrica não entravam.

Fabíola: Além de contribuir para o efeito estufa, a construção de usinas na Amazônia também gera uma série de impactos para a biodiversidade da região. Por conta das barragens, os rios perdem várias das suas funções essenciais para o equilíbrio do ambiente amazônico. Por exemplo, a capacidade de transportar componentes sólidos que são a principal fonte de nutrientes para a vida aquática e do solo. Outro impacto é a perda da conectividade entre os rios da bacia Amazônica e seus afluentes.

Nathan Barros: Os rios Amazônicos, eles são assim como outros Rios, eles são bastante conectados, né? E essa conexão permite, por exemplo, migração de espécies, permite a troca no momento de cheia ou a troca de componentes entre os rios, então essa conectividade ela é importante para manter aquela biodiversidade enorme que existe lá na Amazônia, então por exemplo quando você barra um rio, você perde a conectividade daquele rio barrado com o restante da bacia e uma espécie migradora, por exemplo, ela deixa de migrar e isso então de novo colabora para a diminuição da biodiversidade.

Fabíola: As consequências das hidrelétricas na região amazônica não se limitam aos impactos ao meio ambiente. O alagamento de grandes áreas para a construção das barragens também afeta a vida das populações indígenas e ribeirinhas, que precisam ser realocadas, muitas vezes perdendo seus meios de sustento e deixando terras em que viviam por gerações. Para entender melhor esse lado, conversamos com a psicanalista Luciana Guarreschi, mestranda do Instituto de Psicologia Clínica da USP e participante do projeto “Clínica do Cuidado”. O projeto acompanhou uma população ribeirinha do Rio Xingu depois da instalação da barragem de Belo Monte entre os anos de dois mil e onze e dois mil e dezesseis, que mudou drasticamente o modo de vida de aproximadamente vinte mil pessoas.

Luciana Guarreschi: Estive junto com uma equipe de psicanalistas e psicólogos em 2017, na região de Altamira, para ouvir os ribeirinhos que estavam adoecidos em função do impacto que a construção da hidrelétrica de Belo Monte teve na vida dessas pessoas . Quando eu falo que estavam adoecidos, eles estavam em sofrimento em função das diversas mudanças que ocorreram na sua forma de vida. A gente vai entender a forma, de maneira bem ampla, tudo que está em volta e que serve a uma vida para que ela possa existir. Os laços de amizade, não só então o rio e as condições materiais, por exemplo, que também foi muito afetado, mas os laços de amizade, os laços sociais mesmo, que compõem a tecitura daquele lugar, daquelas pessoas. Tudo isso se viu fortemente ameaçado, com a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Não só ameaçado, mas destruído, foi realmente destruído.

Fabíola: As observações do projeto identificaram as mudanças no estilo de vida impostas aos moradores locais pela construção da barragem como as causas para diversos casos de doenças mentais.

Luciana Guarreschi: Isso aparece no aumento de casos na região, nos aparelhos de saúde pública, aumento de pressão alta, de AVC, insônias, dificuldades diversas de locomoção.

Fabíola: Segundo a psicanalista, esse impacto na saúde se deve, principalmente, a retirada violenta dos ribeirinhos de suas casas, a perda de seus meios de sustento e a separação da comunidade.

Luciana Guarreschi: Eles moravam nas Ilhas. O Xingu era um rio que tinha ilhas. Tinham a sua roça e também uma atividade de extração da floresta que geralmente ficava do lado, atrás da margem onde eles geralmente fazem as suas casas. Então, tinha essa atividade extrativista, a atividade de pesca e a atividade de plantio. Fora isso, como tudo ali é muito distante e dependia do barco, tinham um tipo de relação muito específica com com os seus vizinhos e com a sua família. O vizinho é uma família estendida.

Luciana Guarreschi: Não é simplesmente que eles perderam a casa onde eles viviam, eles perderam um lar que é algo um pouco mais amplo que uma casa. Então, não é só que a casa foi alagada, com a construção do reservatório, é toda uma maneira de viver que foi alagada junto. E a maneira de viver constitui o que a gente é. Isso não estava nos cálculos, digamos assim, nunca entrou nos cálculos da Norte Energia, a empresa responsável pela implementação de Belo Monte.

Fabíola: Outro ponto levantado pela psicanalista é a falsa promessa de progresso dado aos moradores para justificar a construção das hidrelétricas.

Luciana Guarreschi: Num primeiro momento tem até uma crença dessas pessoas que com a chegada de uma de uma elétrica, que com a chegada de uma mineradora, as coisas vão melhorar porque é bom, é mais gente que vai estar lá, é o comércio vai se ampliar, então vai ter mais empregos, esse tipo de coisa que na verdade não se efetiva. Não se efetiva dessa maneira. O progresso continua sendo para alguns. O que resta desse momento de boom que tem na cidade, uma cidade que tinha 80 mil habitantes e que de repente vai para 150 mil habitantes muito rapidamente, ela vira um caos, não tem progresso ali.

Luciana Guarreschi: Eu acho que é isso que eles gostariam de acreditar, que iria ter um impacto positivo, acho que alguns acreditaram nisso. Foram a favor da construção da usina, para logo em seguida descobrir que era um impacto positivo momentâneo e que deixa muito mais rastros de destruição, para usar uma expressão que uma ribeirinha falou pra mim, do que benefícios.

Fernanda Pardini: Apesar dos lados negativos das hidrelétricas, o plano energético do Brasil ainda falha em considerar fontes de energias mais sustentáveis.Hoje, sem considerar a energia hidráulica como uma fonte limpa, a porcentagem de fontes de energia sustentáveis ainda é muito pequena na matriz energética brasileira. Segundo o ONS, em dois mil e vinte, cerca de dez por cento da energia gerada no Brasil foi de origem eólica. E apenas um por cento solar. Segundo o porta-voz da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace, Marcelo Laterman, especialista em transição energética e justiça socioambiental, ao mesmo tempo que as hidrelétricas contribuem para o agravamento das mudanças climáticas, elas também são impactadas por elas, sendo essa uma das razões para se fazer um planejamento energético mais eficiente no país.

Marcelo Laterman: A gente fala que esse sistema hidrotérmico é muito limitado, e não tá adaptado porque para o mundo que tá aí, né. Por isso que a gente vem defendendo, e assim, lutando bastante por essa diversificação e por um crescimento das energias renováveis, até de forma redundante. É muito grave, a gente vê um país hoje empobrecido, né, a volta da fome, sabe, é grave. E o aumento da energia, nesse momento, né, porque, enfim, a termelétrica é a energia mais cara que tem, chega a mil reais o megawatts-hora, enquanto, solar por exemplo, foi comprada a 86 reais. Isso reverbera no bolso do brasileiro que já está tão pressionado, impacta as comunidades em situação de maior vulnerabilidade. É muito injusto, sabe? É uma injustiça energética e muito em nome de continuar, enfim, são pressões o setor hidrelétrico e termelétrico são consolidados, são hegemônicos, são setores econômicos muito fortes. Infelizmente ainda tem muita incidência, a gente vê até novos estímulos para o carvão no Brasil.

(Áudio – Reportagens externas)

Fernanda: Considerando tudo isso, seria mais sustentável e economicamente viável que o Brasil diversificasse sua matriz energética, com mais investimentos em energias limpas, como a solar e a eólica. Mas, segundo o Plano Nacional de Energia dois mil e cinquenta, que traça as estratégias de longo prazo para o setor energético brasileiro, o potencial hidrelétrico não explorado da Amazônia é algo ainda a ser considerado. O documento também coloca as questões socioambientais da região como um desafio para o setor energético, alertando que é importante avaliar os diferentes cenários para o desenvolvimento do parque hidrelétrico nacional, de modo a compreender os benefícios e os impactos para o Sistema Interligado Nacional e o meio ambiente.

Juliana: Atualmente, o governo brasileiro estuda a implementação de mais uma grande barragem na região Amazônica: a Usina Hidrelétrica Bem Querer. Planejada para barrar o Rio Branco, em Roraima. A hidrelétrica teria capacidade instalada para seiscentos e cinquenta megawatts. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, responsável pelos estudos de viabilidade de novas usinas no país, a Bem Querer seria o maior dos quatro aproveitamentos identificados nos Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Branco. Localizada na margem esquerda do Rio Amazonas, a bacia do Rio Branco possui regime de vazões diferenciado em relação aos afluentes da margem direita do rio. Essa característica significa que, o período em que ocorrem as maiores vazões do Rio Branco coincide com o período de vazões baixas nos rios da margem direita do Amazonas.

Ou seja, o maior potencial de produção de energia pela Usina de Bem Querer ocorreria justamente quando as demais barragens da região estão trabalhando em capacidade mínima por conta do fluxo de água reduzido. A construção da usina inundaria um trecho de 130 km do Rio Branco, pegando áreas de três unidades de conservação: o Parque Nacional do Viruá, a Estação Ecológica de Niquiá e a Estação Ecológica de Caracaraí.

Patrícia: Pensando no futuro da geração de energia no Brasil, devemos considerar que o grande consumidor de energia do país é o setor industrial, em sua grande parte localizado na região sudeste do Brasil. Sendo assim, a construção de uma nova hidrelétrica na Amazônia não necessariamente significaria que a energia produzida atenderia a região.A energia seguiria para o sudeste, enquanto os impactos sociais e ambientais ficam na Amazônia. Para o especialista, isso pode ser considerado uma injustiça energética

Marcelo Laterman: Os impactos ficam lá, e os benefícios vão para mão de alguns, né, financeiros vão para a mão de bem pouquinhos. E mesmo os benefícios da energia que é gerada também é escoada para outras regiões. E ali ficam os impactos, inclusive muita falta de energia para os processos produtivos. Tem que ver para quem que é, né? Vai enriquecer a quem, né?  As comunidades? A gente viu, a gente tem exemplo, né, Belo Monte infelizmente aconteceu. E é um problema, é um problema grave, assim, a olhos vistos. E sim, foi muito dinheiro para lá. Mas… tá, tá muito longe de trazer melhora na na condição de vida ali das populações que habitavam. O que levou foi pressão, violência, morte, e perda também dos dos meios de vida, né?

Fabíola: Esse episódio é resultado de um trabalho feito na disciplina Teorias e Métodos da Ciência, ministrada pelas professoras Flávia Consoni e Janaina da Costa, no Curso de Especialização em Jornalismo Científico, do Labjor Unicamp. A pesquisa, roteiro, entrevistas e apresentação foram feitos por mim, Fabíola Junqueira, pela Camila Carvalho, Fernanda Pardini, Juliana Stern e pela Patrícia Bellas. Tivemos a colaboração do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp e da Simone Pallone que coordena este podcast. Este episódio faz parte de uma série de três edições sobre energia. Ouça também o episódio número 140 que fala sobre compra e venda de energia e os impactos na nossa conta de luz e o episódio número 142 que estará disponível nos próximos dias. Você também pode encontrar com a gente pelas redes sociais, pelo Instagram e pelo Twitter, é só procurar por “Oxigênio Podcast”. Deixa um comentário e compartilha esse episódio com quem você acha que vai se interessar pelo tema.”

Para a realização do episódio entramos em contato com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) mas não foi possível realizar uma entrevista.

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